Inovação tecnológiva dos BRIC são tema de painel

Dated Published: September 2008

Participantes discutiram necessidade de que setor privado invista mais que o público em P&D

A inovação tecnológica nos países do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – foi o tema do segundo painel da quinta-feira, 15, na Cúpula BRIC de Think Tanks: O papel dos BRIC na transformação global, realizada pelo Ipea. Pesquisadores dos quatro países analisaram os sistemas de inovação com foco na composição pública e privada, nacional e estrangeira e setorial dos gastos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), além das ligações entre universidade e empresa e do sistema educacional.

O pesquisador do Ipea Luiz Ricardo Cavalcante foi um dos participantes do painel e mostrou dados sobre investimentos em P&D nos países do BRIC. Segundo o pesquisador, entre os desafios dos países nessa área estão implementar uma política de longo prazo em ciência, tecnologia e inovação; articular política de inovação e política industrial; e criar fontes de financiamento orçamentárias contínuas, que não estejam sujeitas a contingenciamento. O pesquisador citou os exemplos brasileiros da Embraer, da Embrapa e da Petrobras. Para ele, os três casos de sucesso foram marcados por parcerias entre setor produtivo e governo.

Segundo o indiano Rakesh Basant, do Indian Institute of Management, nos quatro países do BRIC, a pesquisa com recursos estatais pesa mais. “Todos os quatro países tentam chegar a uma situação em que o setor privado investe mais em tecnologia e inovação”, afirmou. Segundo o pesquisador, os quatro países cooperar em estudos sobre os incentivos a P&D para promover a transição para um sistema de inovação em que a indústria tenha um papel maior que o do setor público.

Outras áreas em que os países precisam cooperar, segundo Basant, são os estudos sobre os fatores que facilitam ou dificultam a inovação; as patentes, com a colaboração no desenvolvimento de leis e políticas que facilitem o desenvolvimento tecnológico e evitem o monopólio de tecnologia; e as conexões entre universidade e indústria. “A pesquisa não é uma área forte em grande parte do nosso ensino superior. Os quatro países têm que colaborar para trazer a pesquisa de volta às universidades.”, disse.

Também participaram do debate o pesquisador André de Mello e Souza, do Ipea; o diretor de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea, Marcio Wohlers de Almeida; e o chinês Zheng Bingwen, do Instituto da América Latina (CASS).

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