Novo papel dos BRICs como fontes e receptores dos IED foram um dos temas do segundo dia de evento com Think Tanks dos quatro países
O segundo dia da Cúpula BRIC de Think Tanks: O papel dos BRIC na transformação global após a crise econômica começou com o painel sobre Investimento Estrangeiro Direto (IED). Os participantes discutiram os fatores determinantes do crescimento do número de empresas multinacionais e transnacionais dos países do BRIC – Brasil, Rússia, índia e China –, assim como do influxo de IED a eles direcionados, suas implicações para o comércio e fluxos financeiros internacionais e seu significado político e econômico na nova ordem econômica global.
O debatedor André Gustavo Pineli, pesquisador do Ipea, chamou a atenção dos participantes para o fato de que, pela primeira vez na história do capitalismo, países em desenvolvimento saíram com reservas da crise, quando, anteriormente, era preciso mais tempo para a recuperação. Agora, segundo o pesquisador, é necessário pensar em como usar esse dinheiro, especialmente no caso da China.
Para Radhika Kapoor, do Indian Council for Research on International Economic Relations (Icrier), a China vive em situação contrastante com a dos demais países do grupo, já que é a única com excesso de capital. “As economias do BRIC são essencialmente emergentes, por isso deveriam ser importadoras e não exportadoras de capital. Essas economias precisam ser mais cuidadosas com o fluxo de capital para fora”, afirmou.
De acordo com a pesquisadora, o dilema entre investir ou não fora do país deve ser analisado caso a caso. “As políticas têm que ser criadas de uma maneira que encoraje o investimento estrangeiro direto apenas em certos setores que tenham altas taxas de crescimento e nos quais seja preciso investir fora por razões de tecnologia ou em setores nos quais o mercado esteja saturado e, por isso, seja necessário investir no exterior, como é o caso das telecomunicações”.
Participantes
Também participaram do painel sobre IED a coordenadora de Estudos de Relações Econômicas Internacionais do Ipea, Luciana Acioly; Svetlana Pavlovna Glinkina, do Instituto de Economia da Academia de Ciências da Rússia, Rússia; e Liu Youfa, do Instituto de Estudos Internacionais da China. O debate foi coordenado por Magali Naves, da Assessoria Internacional da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).